Por Felipe Stanzani

Que me perdoem os anglófonos, mas o One Ride foi “Um Ride” para ficar na memória! Pela primeira vez o evento foi realizado no Espírito Santo e contou com o apoio total do Royal Riders ES.

O tempo para organizar foi curto, e o esforço da equipe foi gigante. Com a vinda da concessionária RE para Vitória há menos de dois meses, e um Royal Riders recém formado, não esperávamos nem ao menos que houvesse o One Ride por aqui. Mas com o apoio do grupo o evento não apenas ocorreu, como também foi um sucesso!

Nos reunimos na concessionária às 7:30h da manhã para um café e passagem do briefing. Após isso seguimos para Guarapari, o destino turístico mais procurado nas terras capixabas.

 

Já que muitos membros do grupo ainda não tinham experiência de estrada, muito menos em comboio, o destino foi escolhido por ser um trajeto fácil, com pista dupla, asfalto perfeito e um caminho majoritariamente plano. Além disso, boa parte das motos estavam em período de amaciamento, assim evitamos que o grupo precisasse de conduzir em giro alto.

Às 9:00h nossa Road Captain, Ivânia Cerutti, deu o sinal de partida em sua estilosíssima Continental GT cromada, e logo pegamos a estrada.

O nosso ponto de parada foi na área do tradicional Clube Siribeira, que fica localizado em uma península da Praia das Castanheiras, em Guarapari. Por ali ficamos por cerca de uma hora e meia batendo um papo, e fazendo algumas fotos e vídeos ao sabor do vento e da maresia, com vista privilegiada para o mar.

Fomos honrados também com participação de proprietários de motos de outras marcas, que além de engrossar o caldo, ajudaram a animar o ride, somando assim 42 motos, sendo 27 Royal Enfield.

Os membros mais experientes deram algumas dicas de pilotagem para os novatos, que brilharam ao seguir todos os gestos de comunicação e manterem a formação do grupo coesa, garantindo a segurança de todos.

Ao retornarmos do Ride a sensação de cansaço físico se misturava com o sentimento de “quero mais”. Assim, encerramos com o dourado de um belíssimo Sol de domingo o primeiro One Ride da história do Espírito Santo, e também o primeiro passeio oficial do Royal Riders ES!!!

Fotos: Leonardo Mello

Por Robson Almeida

Aquela foi uma noite muito gelada! Eu sabia que o inverno iria castigar, eu havia consultado a previsão do tempo. Mas assim como um adolescente precisa apanhar no amor pra aprender o que os pais o aconselharam, eu também precisei sentir na pele!

Se você não viu a parte 1 desse relato, segue o link da PARTE 1

Lady Thatcher ficou abrigada e não pegou geada e nem orvalho, mas mesmo assim tive dificuldades para mantê-la funcionando. Parti no kick, ela desligou, parti na elétrica, ela desligou. Comecei a pensar que ela iria me deixar na mão. Mas o que teria acontecido?

Depois de algumas tentativas ela se manteve funcionando. UFA! Mas o acelerador estava preso. Eu acelerava, mas o cabo não enrolava. Era como se tivesse preso. Como eu iria continuar a minha viagem? Pasmem, meus amigos! Depois de muito fuçar, percebi que a borboleta (vou mandar esse nome por que não sei o termo correto) estava congelada! Sim! O cabo não enrolava pois aquilo que parecia uma roldana, onde os dois cabos da aceleração ficam presos estava congelada! Não sei como foi possível concentrar umidade ali, mas o que impedia o cabo era exatamente isso: estava congelado e o cabo não enrolava, a moto não acelerava e eu achei que ia perder a viagem.

Forcei diretamente onde estava preso e liberei a aceleração da moto. Primeira batalha do dia vencida! Bora descer a Serra do Corvo Branco!

Claro que antes de descer, seria preciso subir por uma estrada bem ruinzinha até a famosa fenda. Antes de começar a subir, eu precisei me deslocar por uma área tão gelada, mas tão gelada, que eu cheguei naquele impasse: se eu acelero pra sair daqui, aumenta a velocidade do vento e não vou conseguir continuar – o que vem depois do frio? – e se eu parar pra me aquecer vou ficar mais tempo ali e vou padecer igualmente. Pensei em parar em alguma propriedade e pedir ajuda, tal era o meu desespero! O verdadeiro “se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.”

Nunca havia sentido isso (ainda não sei o que vem depois do frio)! A luva não segurou a onda do frio. O casaco era o único item que estava me mantendo aquecido. Já a calça… peço que as damas me perdoem, caso venham a ruborizar com o que vou dizer, mas se rirem ficarei satisfeito. Foi a primeira vez que achei que o saco ia congelar! Isso era o que mais me preocupava, por que meu amiguinho foi preterido e não recebeu a devida proteção. Encolhia tanto, mas tanto que me parecia que de apêndice, estava sendo rebaixado a asterisco! Não desejo isso a ninguém!

Apenas com a força de vontade e um pouco de consciência de que eu tinha que sair daquele vale (a grama estava branca e o vento contra), me superei e cheguei na primeira parte da subida, naquela suave curva pra esquerda que tem no início do aclive. Parei ali mesmo. Tinha um modesto raio de sol naquela área. Desliguei a moto, tirei a luva e fui roubar o calor do motor. Tive cuidado para não deixar muito tempo em contato e queimar a mão, já que estava dormente. Ao sentir que estava voltando à minha dignidade, peguei meu cantil que estava cheio de rum e o bebi. Foram 350 ml de bebida goela abaixo. A orelha esquentou e me surpreendeu que não teve embriaguez. Vi que poderia continuar. Continuemos a subir!

Na subida encontrei um rider, acho que nos seu 50tões bem vividos, na sua BMW 1200 e devidamente protegido do frio. Conversamos já na fenda da rocha (não tirei foto por que a cerração ainda não havia se dissipado) e o ouvi dizer, bastante transtornado, que o aquecedor de manopla daquela moto não servia de nada, além de outras queixas… Pensei se deveria falar pra ele que 30 minutos atrás eu estava ficando sem saco, mas imaginei que eu contribuiria melhor se apenas ouvisse. Dito e feito. Com a queixa já registrada, montou na sua máquina e desceu a serra. Desci em seguida. Nos encontraríamos de novo em Braço do Norte e no Mirante da Serra do Rio do Rastro.

 

O resto foi só alegria! Desci o Corvo e subi a SRR. Mas ainda faltava muito pro meu ride!

Para não saturar o leitor amigo com textos longos, que pra mim está sendo divertido pois estou praticamente revivendo a viagem, me comprometo a continuar a minha viagem a partir de Bom Jardim da Serra, onde parei pra almoçar e peguei a Rota dos Cânions.

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Por Daniel Fernandes

Sobre a interceptor 650, é de longe a moto mais divertida que já tive, e a mais divertida que pilotei até hoje, neste meus 10 anos de motociclismo! Torque empolgante, responde muito rápido, torque fantástico, em ultrapassagens engarupado, na Rodovia Bandeirantes a moto chegou aos seus 140Km/h em um piscar de olhos, proporcionando segurança para ultrapassagens em um trecho que trafegavam muitos caminhões, alguns em alta velocidade.

Sobre viagens com ela, achei que pelos relatos do banco seria muito pior, porém me surpreendeu. O banco é bom? NÃO! Mas é melhor que o banco da Tenere hehe, minha antiga moto. Fiz trechos de 300Km bate e volta sem problemas. Não fiquei quebrado, começo a sentir a dor somente ao chegar em casa, mas nada insuportável, apenas um incômodo. Faço pausas para esticar o corpo e tomar uma água a cada 100/150Km. Para trechos acima desta quilometragem aconselho a ir para dormir no local, pois um passeio de 500Km pra cima vai judiar, principalmente a garupa. Alternativa é sair muito cedo e voltar bem tarde, porém vai sentir o cansaço do dia.

Posição de pilotagem estou achando muito boa. Minha antiga moto, a Tenere, me dava dor no pescoço, pela posição de pilotagem. Mesmo assim fiquei 5 dias na estrada, indo de SP até Luminárias, passando por São Thomé das Letras com ela. Essa dor não tenho sentido na Interceptor, mesmo fazendo mais “força” para “segurar a garupa” em descidas íngremes, ou passeios mais longos.

Ainda não fiz grandes viagens com a interceptor, como gostaria, mas as experiências tem sido muito boas e agradáveis. Geralmente faço tiros curtos de 200 a 300Km no dia, em rodovias movimentadas e rodovias menores como as do interior de SP, sentido Serra Negra.

No geral a Interceptor é excelente e recomendo a todos. Pilotagem e força são muito empolgantes, e a segurança que ela te passa é muito legal, recomendo demais a moto!

Fica aqui um relato de um proprietário de Royal Enfield que está muito satisfeito.