Viagem feita em maio de 2014 com uma Classic 500 e uma Boulevard M800. De Brasília a Chapada Diamantina, Morro de São Paulo, Porto Seguro e a Costa do Descobrimento. Com retorno por Vitória da Conquista, Salinas, Montes Claros, Pirapora até a BR-040 de volta à Brasilia.

Totalizando aproximadamente 4000Km, as duas motocas foram muito bem. Primeiro dia tocamos uns 600Km até Barreiras, cidade pólo do oeste baiano, onde pernoitamos. No dia seguinte continuamos pela BR-242, até que estava bem conservada. Cruzamos o Rio São Francisco, e o calorão estava de matar. Um erro antes da partida foi não averiguar o estado dos pneus, e cheguei em Seabra com o pneu traseiro no arame. Fui alertado no posto de gasolina pelo amigo Eliezer, que prontamente nos guiou pela cidade até uma boa loja de motopeças que tinha pneu compatível. Instalamos um Rinaldi R21 misto, e final de tarde prosseguimos a viagem. Anoiteceu pelo caminho, nem conseguimos curtir a paisagem do Morro do Pai Inácio direito. não programado. TIvemos que entrar para Lencóis, não estava programado mas foi uma belíssima surpresa conhecer esta cidade.

Continuando a viagem, no terceiro dia chegamos em Itaberaba e pegamos rumo “por um atalho”… Iaçu, Amargosa, Mutuípe. Um caminho diferente, asfalto, uma serrinha. Paisagem bem bonita. Exceto pelo trecho esburacado na serra de Mutuípe. Mas com atenção vamos em frente. Um pequeno trecho de BR-101 (sempre perigosa) e então o acesso para Valença. Uma estradinha sinuosa e com muito verde em volta, bem diferente do sertão amarelado de poucas horas antes. 

Em Valença paramos as motos em uma garagem de aluguel e pegamos o barco para Morro de São Paulo, passar uns poucos dias. Tanto se fala de lá, que fomos conhecer. Sinceramente não curti, achei que seria uma vila de pescadores sem estrutura, e não era. Muita gente, casas e lixo pro meu gosto. Mas as praias são lindas, com certeza. Pra conhecer uma vez na vida serve.

Voltamos pra Valença, pegamos as motos, e continuamos a viagem, rumo sul pela BA-001, estrada litorânea. Passamos pelas atrações Itacaré, Ilhéus, sem parar, o alvo era Porto Seguro. A estrada acabou em Canavieiras, tivemos que voltar para a BR-101, e a única estrada asfaltada era também esburacada. Com paciência e atenção vai de boa. Em Camapuã chegamos na BR, continuamos rumo sul para Eunápolis, e então novamente fim de tarde anoitecendo chegamos em Porto Seguro.

Passamos dias conhecendo a Costa do Descobrimento, local onde as caravelas portuguesas aportaram em 1500, fazendo os primeiros contatos com os indígenas e “tomando posse” da terra batizada como ILHA DE VERA CRUZ para Portugal. Visitamos Santa Cruz de Cabrália, onde tem ruínas das primeiras habitações. Coroa Vermelha, onde foi rezada a primeira missa. Hoje uma feira/shopping horizontal com produtos locais e muita arapuca pra turistas. O Museu do Descobrimento em Porto Seguro merece a visita também, com muitas informações históricas e a famosa réplica da caravela usada por Pedro Álvares Cabral. Nos dias seguintes visitamos Arraial da Ajuda e Trancoso, aproveitando as praias. E descobrimos um passeio turístico até a Reserva Indígena da Jaqueira, onde uma tribo Pataxó recebe os visitantes e mostra um pouco de sua cultura e história.

Fechado o prazo da curtição, iniciamos o retorno, saindo do litoral e “subindo a serra” para Vitória da Conquista e então Salinas (terra da melhor cachaça brasileira – dizem!), Montes Claros, Pirapora e a BR-040 velha conhecida até Brasília. Pernoitamos em Divisa Alegre no primeiro dia do retorno, uma pequena cidade de beira de BR na divisa entre BA e MG. Sendo lembrada aqui porque o “Palace Hotel” era praticamente o único da cidade, e bem ruinzinho.

A BR-251 nesse trecho entre a BR-116 e Pirapora é a mais perigosa do norte de Minas. Pista simples, sinuosa, bastante colinas, muito caminhão, e assim muitos carros impacientes forçam ultrapassagens em locais proibidos como curvas e topo de morros. Um abuso atrás do outro. Não é a toa que é perigosa. Nos livramos de alguns FDP pelo caminho e chegamos bem em Pirapora, onde pernoitamos.

Único problema da viagem foi gasolina adulterada nas cidades de Pirapora e João Pinheiro, que provocaram falha na Classic 500. Não percebi que o posto de João Pinheiro era da mesma rede do de Pirapora (Rede PetroMinas, já descredenciada). O sintoma era a moto pipocando, sem força. Em Paracatu troquei a gasolina para Vpower. Em Cristalina troquei a vela. Nada resolvia, cheguei em Brasília lentinho mas cheguei.

Depois de bastante investigação do defeito na oficina em Brasília, que levou alguns meses entre troca de peças e testes rodando, resolveu após a troca do bico injetor. A “mijolina” deformou o bico, prejudicando a injeção do combustível. Tudo com apoio do importador da Royal Enfield na época, sem qualquer problema de falta de peças. Era só pedir e uma semaninha depois a peça chegava pelo correio.

Roteiro: https://goo.gl/maps/JRdDqf9ieeQ6FjpN8