Por Flavio Lins Nogueira

Tenho uma Classic Tribute Black, e no meu aniversário de casamento resolvemos fazer uma aventura inesquecível. Saímos do Rio de Janeiro e fomos a Foz do Iguaçu, total da viagem 3.607 km! Não tive nada de problemas com a moto, claro que devemos entender o que estamos pilotando, entender a que a moto se propõe! Foram três dias de viagem para ir e três dias de volta! No retorno, passamos por Marília e pegamos 700 km de chuva!

Impressão total da viagem: A Classic é uma moto robusta, resistente e bem agradável de pilotar! Foi a melhor viagem que já fizemos! Eu tenho 53 anos e minha esposa 48!

#somostodosroyal

por Geliane Gonzaga

Em uma sexta feira com muita expectativa saímos de Franca (SP). Eu de Hima, meu filho Renato de Tenere, meu irmão Zainer de Tiger e meu sobrinho Lucas de GS, para uma viagem que duraria uma semana.

Partimos por volta das 6h da manhã rumo ao nosso primeiro pouso, a cidade de Joinville/SC distante a 902Km. Sem grandes novidades, estradas já conhecidas. No outro dia saímos cedo de Joinville com destino a Urubici e distante 328Km. Lá seria nosso “ponto de apoio” para conhecer as serras catarinenses, incluindo aí claro, Rio do Rastro e Corvo Branco. Esse trecho é muito bonito, destacando os arranha-céus de Balneário Camboriú, a beleza de Florianópolis e a subida da serra pela BR-282. Chegamos após o almoço e tivemos uma imensa dificuldade de arrumar estadia na cidade. Demorou, mas arrumamos uma pensão, e então já era tarde para os 80Km até a Serra do Rio do Rastro, que ficou para o próximo dia cedo.

Amanheceu e depois de muito atraso fomos para o Rastro. Decepção total! Parece que toda a região estava dentro de uma nuvem, era difícil enxergar a dois metros de distância e o grande penhasco virou um enorme “muro branco” a nossa frente. Voltamos pra Urubici cabisbaixos e molhados. O que compensou foram as paisagens em torno da estrada. Região linda com vários chalés de campo e casas de madeira com suas chaminés típicas da região. Imenso potencial turístico, mas dentro do capacete minha cabeça mal podia acreditar que não seria dessa vez que iria ver a Rio do Rastro, sonho de infância desde que vi uma foto na época ainda de filme (revelada) lá em 1989. Paciência, pois a viagem teria que seguir no dia seguinte. Acho que a turma percebeu minha decepção e até combinaram “nas minhas costas” ficar e tentar novamente no próximo dia.

No dia seguinte fomos até a Serra do Corvo Branco, e lá sim, estava perfeito o tempo! Ficamos até por volta das 17h quando começou a chover e então voltamos para Urubici. De noite, já em uma nova pousada, decidimos mudar a rota da viagem. Voltaremos ao Rio do Rastro no dia seguinte bem cedo, iremos a Lauro Muller descendo a serra, subiremos e de lá o plano é seguir para nosso próximo destino, Dionísio Cerqueira, via São Joaquim, Lages, Xanxerê. Deu certo e agora sim valeu a pena! O tempo abriu e é emocionante a vista da Serra do Rio do Rastro pela primeira vez. Perfeita a visão, a descida e a subida. Com direito a uma parada em um comércio no meio do caminho. Seguimos o caminho agora de alma lavada, e almoçamos em São Joaquim. O que me chamou a atenção o grande número de vinícolas e lavouras de maçãs. Final do dia dormimos em Xanxerê.

No outro dia cedo, rumamos para Dionísio Cerqueira. Cidade curiosa, lá é possível colocar um pé em SC (Dionísio Cerqueira), outro no PR (Barracão) e a mão na Argentina (Bernardo de Irigoyen). Pode-se sair do Brasil a pé, mas de veículo somente pela aduana. Existem muretas e diferenças de níveis por toda a fronteira, o que não permite a passagem de veículos. Deixamos as motos em um posto e fomos de pé, já que meu irmão e meu filho não trouxeram o RG e na Argentina se faz necessário o RG ou passaporte, CNH não vale. Aí entramos de táxi e almoçamos por lá. Meu irmão e filho, em tese clandestinos. Tiramos algumas fotos e seguimos para nosso próximo destino, Foz do Iguaçu.

Chegamos a Foz do Iguaçu já no começo da noite e fomos direto ao hotel descansar, pois ainda tem mais por vir. Acordamos no dia seguinte e nos próximos dois dias executamos um roteiro mínimo dentro das imensas possibilidades de Foz do Iguaçu. Cataratas, Paraguay (Ciudad del Este), Marco das Três Fronteiras, Templo Budista e Puerto Iguaçu (Argentina). Por sorte, alguns dias antes e apenas para Puerto Iguaçu, o governo Argentino passou a aceitar CNH. Então depois de horas na fila da Aduana jantamos na Argentina um maravilhoso (e muito barato) churrasco. Vale aqui salientar que em Foz há problemas de hospedagem em feriados, o que foi nosso caso. O cara do hotel queria dobrar o preço, aí buscamos uma pousada bem mais simples e fizemos a “mudança” debaixo de muita chuva.

Chegou o dia de novamente cair na estrada, e saímos de Foz já bem mais tarde que nossa expectativa. Viagem por rota já bastante conhecida nossa. Paramos para nosso último pouso em Presidente Prudente. De lá sem novidades seguimos pra casa que ocorreu via São José do Rio Preto.

Viagem muito top, lindas paisagens que a retina dos olhos não esquecerá. Muito frio, e acima de tudo muito boa companhia. Me sinto uma pessoa de sorte pois familiares também dividem comigo o amor pelas motos e pelas estradas. Em especial meu filho, que muito me honra fazer viagens junto dele, e apesar da sua pouca idade/experiencia foi perfeito na condução de sua moto. Claro, algumas vezes me vi gritando dentro do capacete com algumas ultrapassagens mais arriscadas dele.

Ao chegarmos em Franca paramos para uma última foto e não me lembro qual dos quatro fez uma pergunta. “Qual a próxima viagem agora? “. Já ia esquecendo de falar, as motos se comportaram todas muito bem, sem problemas por todo o trajeto. Percorremos exatos 3985km.